AGATHA CHRISTIE, A RAINHA DO CRIME
A escritora britânica que publicou mais de 100 livros, famosa por seus romances policiais, ainda hoje é considerada a melhor de todos os tempos.
O
mês de celebração do Dia Internacional da Mulher é Março,
mas evidenciar ao longo do ano o papel multifacetado de protagonistas,
heroínas, jovens, crianças ou senhoras; mulheres que representam a sociedade, o
cotidiano e o mundo profissional, se torna uma necessidade.
Agatha Christie, como tantas mulheres, foi uma criança muito criativa e produtiva. Aprendeu a ler aos cinco anos, embora sua educação formal tenha iniciado um pouco antes dos 8 anos e até os 14 anos estudou somente em casa, com vários professores. Sua mãe preferia que ela se dedicasse ao canto e à música. Aprendeu a cantar e tocar piano e aos 16 anos foi estudar na França e se especializar. Desde tenra idade já adentrava no mundo dos livros, das letras e do encantamento das sutilezas da personalidade.
Enquanto jovem, casou-se depois de um namoro conturbado, com o Coronel Archibald Christie, piloto, e tiveram uma filha, Rosalind. Enquanto o marido estava na Primeira Guerra Mundial, Agatha trabalhou em uma farmácia e em um hospital, funções que influenciaram seu trabalho: muitos dos assassinatos em seus livros foram cometidos com o uso de veneno Começou a escrever “O Misterioso Caso de Styles” em 1916, tendo seu livro publicado em 1920 vendendo 2.000 cópias após ser rejeitado por seis editoras. Em seguida vieram “O Adversário Secreto” (1922), “Assassinato no Campo de Golfe” (1923), “O Homem do Terno Marrom” (1924), “Poirot Investiga” (1924) e “O Segredo de Chimneys” (1925). Mas o sucesso veio em 1926 com a publicação de “O Assassinato de Roger Ackroyd” (1926), que causou polêmica, pois Agatha contrariou as regras dos romances policiais.
Em
1919 se divorciou do marido e desapareceu por vários dias. Em 3 de dezembro de
1926, seu marido Archie revelou que estava apaixonado por outra mulher. Então,
deixou a esposa, para passar um fim de semana com a amante e alguns amigos.
Após chegar em casa e não encontrar o marido, Agatha abandonou a casa por volta
das 21h45 daquela noite com uma pequena mala. Na manhã do dia 4 de dezembro seu
carro foi encontrado em um barranco no lago de Silent Pool em Newlands Corner,
com os faróis acesos.
Dentro
do carro verde foram deixados um casaco de pele, a sua mala e uma carteira de
motorista vencida. O desaparecimento da autora se tornou notícia em Surrey
quando a polícia local publicou um relatório de pessoas desaparecidas, e passou-se
a oferecer 100 libras para quem tivesse qualquer informação sobre a autora. A
autora estava hospedada sob o nome de Teresa Neele (o mesmo sobrenome da amante
de seu marido. No hotel, Agatha foi vista dançando, jogando bridge, fazendo
palavras cruzadas e lendo jornais. Foi encontrada pela polícia no dia 19 de
dezembro.
Em 1927 Agatha voltou a escrever, com a
publicação de “Os Quatro Grandes”, protagonizado por Hercule Poirot. No outono
de 1928, o arqueólogo britânico Leonard Woolley convidou Agatha para ir ao
Oriente Médio, onde estava no comando de escavações em Ur. No ano seguinte
Agatha voltou a Ur, onde conheceu o jovem assistente de Woolley, Max Mallowan
(14 anos mais jovem que Agatha), com quem se casou em 1930. Embora em seus
livros autobiográficos não haja quase nenhuma informação sobre o episódio de
seu desaparecimento, acredita-se que, em “Retrato
Inacabado” (1934), publicado sob o pseudônimo de Mary Westmacott, Agatha conta muito da sua história através da
personagem Celia, que pensa em suicídio após ser abandonada pelo marido.
A
autora manteve seu nome como Agatha Christie porque assim estava celebrizada
entre os seus leitores, mas em sua vida particular era chamada de Mrs.
Mallowan. Com o marido, Agatha viajou por todo o mundo, fazendo escavações e
tomando conhecimentos sobre arqueologia e escreveu um livro sobre a
experiência, “Desenterrando o Passado”
(1946). O casamento com Mallowan durou até a morte da escritora. Sua única
filha, Rosalind casou-se no início da Segunda Guerra Mundial, e em 1943 teve um
filho, Mathew Prichard, o único neto de Agatha Christie.
Em
1934, Agatha Christie alcança o auge de sua carreira, com um de seus livros
mais famosos, “Assassinato no Expresso do
Oriente”, adaptado para o cinema, teatro e TV, sendo a mais famosa versão,
a de 1974, que rendeu um Oscar a Ingrid Bergman, e três prêmios BAFTA. O
romance original vendeu 3 milhões de cópias. A última adaptação ao cinema do
livro, estrelada e dirigida por Kenneth Branagh em 2017, foi um dos maiores
sucessos de bilheteria e crítica do ano.
Em seus 56 anos de carreira, Agatha Christie escreveu mais de 80 livros, várias peças teatrais, adaptações cinematográficas e televisivas de suas obras, protagonizadas por Hercule Poirot, o detetive belga popularizado pelo uso de suas "células cinzentas", e Miss Marple, a mulher solteira, que observando a natureza humana pode solucionar os mais obscuros mistérios.
Agatha foi uma das autoras mais prolíficas do mundo. Ela está no Guinness Book of World Records, como a autora mais vendida no mundo: seus livros já venderam mais de 4 bilhões de cópias em 103 idiomas e os royalties gerados pelas obras são de US$ 4 milhões por ano. A autora também ocupa um lugar no Guinnes por causa de “A Ratoeira (The Mousetrap) ”, famosa por ser a peça há mais tempo encenada na história do teatro, com mais de 25 mil apresentações desde sua estréia, em Londres, em 25 de novembro de 1952, no St. Martin's Theatre, onde continua sendo encenada anualmente.
Outro recorde de Agatha Christie é o do livro mais espesso do mundo, medindo mais de 30 cm, com 4.032 páginas nas quais estão incluídos todos os 12 romances e 20 contos protagonizados por Miss Marple. Foram produzidos apenas 500 volumes, e o livro é vendido por 1000 libras. Agatha Christie tornou-se Dama-Comendadora da Ordem do Império Britânico em 1971 – a rainha Elizabeth II era uma grande fã de seus livros. Morreu em 1976, e desde então vários livros seus foram publicados pós-morte.
Apesar
de não gostar muito de falar em público, em sua autobiografia, fala muito sobre
seu estilo de escrita. Ganhou fama criando livros de mistério satirizando obras
infantis, como foi o caso de “Poirot
Desvenda o Passado” (1947). Em suas obras a autora frequentemente usava
como espaço pequenas vilas ou aldeias inglesas e a maioria de suas obras tinha
um médico. "A escrita é um grande conforto para pessoas como eu, que estão
inseguros sobre si mesmos e têm dificuldade para expressar-se
corretamente.", Agatha raras vezes participava de reuniões públicas. Disse
uma vez que seu autor favorito foi Charles Dickens, e que sua obra preferida do
autor era “A Casa Soturna”(1853).
Em
qualquer lugar Agatha recebia inspiração para escrever, possuía um caderno, que
levava sempre consigo para anotar suas ideias, referentes a enredos, venenos
fatais ou crimes que lia nos jornais. Em algumas ocasiões chegou a provocar sua
mente, dizendo que viveria com a obra até que ela estivesse pronta. Em sua autobiografia
a autora diz que o grande prazer em escrever histórias policiais é que há
vários gêneros a escolher: Agatha também diz se assustar que as pessoas não se
preocupam com as vítimas e sim com os culpados, quando leem um romance
policial. Diz ainda que conseguiu se satisfazer completamente com uma história,
quando escreveu “O Caso dos Dez Negrinhos”
de 1939 (que no Brasil, há pouco mais de 10 anos foi republicado com o nome “E Não Sobrou Nenhum”), obra que lhe
custou muito planejamento, já que era difícil desenvolver tantas mortes num só
livro e não querer que o assassino seja óbvio, mas que a ideia lhe fascinara
profundamente.
Agatha
também mencionou que nunca pensou seriamente sobre o crime, mas que escrever
sobre ele, lhe levou a um estudo mais detalhado da criminologia. Uma das
mulheres mais destacadas de todos os tempos e que instiga a mente humana a
perceber detalhes, elaborar aspectos sombrios, a enxergar o óbvio e a
interpretar sinais que embora pareçam desconexos, estão intimamente ligados e
intrincados em cada personagem que em muitos aspectos são tão humanos que
assombram.
Agatha
Mary Clarissa Christie Mallowan, nasceu em 15 de setembro de 1890, em Devon,
Inglaterra, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Também utilizava o nome Mary
Westmacott. Romancista, contista, dramaturga e poetisa. Uma mulher inspiradora,
à frente do seu tempo e que é exemplo de talento, resiliência e sucesso.
pesquisa e curadoria - fonte - google.com
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Márcia Gravalos Wandeur,
diretora de Conteúdo da AGERH, é Consultora de Recursos Humanos, Psicóloga
Organizacional e Clínica, Perita Judicial e Perita Grafotécnica, Grafóloga e
Mentora.