A CONTROVÉRSIA EM TORNO DA DEMISSÃO HUMANIZADA: O EQUILÍBRIO ENTRE O CUIDADO COM OS FUNCIONÁRIOS E AS NECESSIDADES DAS EMPRESAS

A crescente tendência da demissão humanizada gera discussões sobre o impacto emocional e a efetividade no ambiente corporativo.

Na era da transformação digital, em que inovações tecnológicas alteram rapidamente a forma como trabalhamos, surgem também novas abordagens no mundo corporativo. Uma dessas tendências em discussão é a chamada "demissão humanizada". Esse novo conceito, que busca trazer empatia e cuidado para o processo de demissão, tem gerado uma considerável controvérsia entre especialistas, dividindo opiniões sobre sua eficácia e suas repercussões. 

A demissão humanizada, como explicada por especialistas, busca minimizar o impacto emocional e financeiro que uma dispensa pode causar aos funcionários. A ideia é proporcionar suporte psicológico e financeiro durante a transição profissional, com o objetivo de reduzir o trauma e facilitar a reinserção no mercado de trabalho. 

Entre as práticas adotadas durante uma demissão humanizada, estão o oferecimento de programas de requalificação, auxílio financeiro para despesas emergenciais e acesso a serviços de suporte psicológico. Essas medidas visam ajudar os funcionários a superarem a demissão, mantendo sua dignidade e incentivando-os a buscar novas oportunidades. 

No entanto, a demissão humanizada tem gerado polêmica entre os especialistas. Alguns defendem que ela é uma forma de "enfeitar" um ato doloroso, com o intuito de melhorar a imagem da empresa, sem realmente trazer benefícios significativos aos funcionários. Argumenta-se que, por trás dessa abordagem aparentemente "cuidadosa", as empresas podem estar apenas reduzindo custos e transferindo a responsabilidade da demissão para o próprio funcionário.

Outra crítica levantada é a possível fragilização das relações de trabalho. Ao adotar a demissão humanizada, alguns especialistas acreditam que as empresas podem estar criando um ambiente em que os colaboradores se sintam protegidos e evitem se esforçar para melhorar seu desempenho, pois sabem que, mesmo em casos de desligamento, serão amparados. Essa visão coloca em questão a meritocracia e a competitividade no ambiente corporativo. 

Por outro lado, os defensores da demissão humanizada argumentam que a abordagem é necessária para lidar com a crescente automação e as mudanças rápidas nos mercados de trabalho. Eles alegam que as empresas têm o dever de cuidar de seus funcionários, mesmo em momentos difíceis, e que isso pode resultar em benefícios a longo prazo, como a construção de uma reputação positiva, o aumento da lealdade dos colaboradores remanescentes e a atração de talentos. 

Apesar da polarização de opiniões, é indiscutível que o debate sobre a demissão humanizada reflete a necessidade de se repensar as práticas tradicionais de gestão de pessoas. Na medida em que a sociedade evolui, questões como bem-estar emocional, qualificação profissional e responsabilidade social ganham cada vez mais relevância. 

É provável que a discussão em torno da demissão humanizada continue por um bom tempo. Encontrar um equilíbrio entre a preocupação com o bem-estar dos funcionários e as necessidades das empresas é um desafio complexo, mas necessário para construir um ambiente de trabalho mais humano e sustentável.

  

Leia também:

--------------------------------------------

 

Matéria por Sandro Placido Albuquerque, @sandroscriativo, baseado em artigo postado no Grupo de whatsapp da AGERH.
Artigo: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/05/29/o-que-e-demissao-humanizada-e-por-que-ela-tem-causado-tanta-polemica.htm

 Platinum

 Diamante

 Ouro