AGERH - Setembro Amarelo: um chamado para o cuidado com a saúde mental nas organizações

Setembro Amarelo: um chamado para o cuidado com a saúde mental nas organizações

02, Sep. 2025

O Brasil ocupa a 8ª posição no ranking mundial de suicídios, com mais de 14 mil registros por ano — o que significa, em média, 38 pessoas por dia. Um número alarmante.

Estudos apontam que praticamente 100% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, em grande parte não diagnosticados ou tratados de forma inadequada. Isso significa que a maioria dessas mortes poderia ter sido evitada se houvesse acesso ao tratamento psiquiátrico adequado e a informações de qualidade.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta causa de morte, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Diante desse cenário, cabe a nós, profissionais de Recursos Humanos, refletirmos: o que podemos fazer para contribuir com o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental?


A primeira atitude é buscar informação. Conhecer a fundo o tema é essencial para criar estratégias preventivas dentro das organizações. Hoje, o cuidado com a saúde mental é uma necessidade estratégica: só em 2024, mais de 470 mil trabalhadores foram afastados por questões relacionadas à saúde mental no Brasil. Cuidar de líderes e equipes deixou de ser opcional — é urgente e indispensável.

O site www.setembroamarelo.com reúne informações e materiais relevantes que podem apoiar campanhas internas, especialmente para empresas que ainda não possuem recursos estruturados nessa área.

Na minha atuação como psicólogo clínico e empresarial, tenho sido chamado a realizar palestras sobre saúde mental, ansiedade, workshops de inteligência emocional e rodas de conversa em diversas empresas. A psicoeducação nas organizações é um processo educativo e terapêutico que instrumentaliza as pessoas com conhecimento e habilidades para compreender e lidar melhor com suas próprias condições emocionais, prevenindo crises e fortalecendo a cultura de cuidado.

É importante também lembrar do trabalho do Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional 24 horas, gratuitamente, pelo telefone 188, chat, e-mail ou presencialmente. A instituição realiza mais de 2,7 milhões de atendimentos por ano, com a ajuda de 3.300 voluntários em todo o país.

Outro dado relevante: a revista Você RH destacou em sua edição uma matéria com o título “Burnout no RH”, revelando que oito em cada dez profissionais da área estão à beira do esgotamento. Ou seja, justamente aqueles que mais falam de saúde mental são também os que mais sofrem com a sobrecarga de responsabilidades.



Esse cenário é um chamado importante: os profissionais de Recursos Humanos precisam praticar o autocuidado para conseguirem implementar programas de prevenção e promoção da saúde mental em suas organizações. É fundamental reconhecer que nós, do RH, também precisamos de suporte emocional para enfrentar os desafios de uma sociedade adoecida. Além disso, a NR-1, que exige avaliação de riscos psicossociais, traz ainda mais responsabilidade para a área.

Cuidar da mente não é opcional, é essencial para todos.


Fredy Figner
Psicólogo Clínico e Empresarial
Diretor da Fredy Explica Psicologia Empresarial
Treinador, mentor e consultor de Recursos Humanos
Atua em programas de saúde mental nas organizações e em diagnósticos da NR-1
www.fredyexplica.com.br

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